26.6.07

Música: Till Brönner - 4 Álbuns

Ouvia noutro dia uma compilação qualquer, e quando ouvi uma música em particular pus-me à procura de mais música do seu autor. O seu nome: Till Brönner, trompetista alemão. Acabei por ouvir 4 álbuns: Love (1998), Blue Eyed Soul (2002), That Summer (2004) e Oceana (2006).

A música que ouvia auto-intitula o seu lançamento de '02: Blue Eyed Soul. Sendo um fã de jazz electrónico gostei imediatamente da faixa. No entanto, foi também uma forma de me predispôr a ouvir a música do trompetista alemão de uma forma unilateral. E a realidade é que Brönner é um músico multifacetado: apesar da sua música ser claramente jazz, salta de sub-estilos em praticamente cada álbum: do Bop, ao jazz electrónico, jazz vocal e mesmo chill. Mas começando pelo início:

Till Brönner - Love (1998)

O título não engana: este álbum concentra-se no jazz melódico, romântico. Notam-se desde logo as influências de Chet Baker (que o próprio Till admite ser a sua referência fundamental, tendo mesmo lançado um álbum de homenagem - Chattin' With Chet); é um álbum muito bem conseguido, onde Till soa como um autêntico veterano. O tipo de jazz perfeito para noites relaxadas a dois.

Brönner aventura-se mesmo a cantar em duas faixas, sendo que não é, claramente, um cantor extremamente dotado. No entanto também não se aventura demasiado, e a coisa acaba por funcionar bastante bem, usando a voz quase como um acompanhamento à melodia. E o seu trompete brilha acima de tudo.

Um álbum muito bom.

Till Brönner - Blue Eyed Soul (2002)

Como já tinha dito, foi a faixa 4 deste álbum que me levou a conhecer mais sobre Brönner. E a faixa é uma excelente introdução a todo o álbum: jazz electrónico, misturado com samples variadas e scratching, cortesia de Samon Kawamura, DJ japonês que colabora no álbum.

Confesso que este álbum me enche as medidas: sendo um fã de Nu Jazz, reconheço neste álbum mérito que não vejo em muitos outros projectos. Não há aqui o agarrar a samples durante o álbum inteiro, coisa que normalmente acaba por tornar a música aborrecida e repetitiva; há sim uma excelente junção do jazz mais tradicional com a sua vertente mais electrónica, e existem ainda toques de soul evidentes, nomeadamente na faixa "Dim The Lights", com o vocalista Mark Murphy em clara inspiração (aliás, vou ter de conhecer melhor a música deste senhor um dia destes).

É um álbum que agradará tanto a fãs de DJ Shadow como de Dizzy Gillespie; aliás, os toques hip-hop de Kawamura são de muito bom gosto, e enriquecem o álbum. Se muitos projectos hip-hop/jazz falham por completo (essencialmente porque uma ou outra parte têm preponência ou porque os elementos usados são os errados), este não é claramente o caso. Em alta rotação no meu leitor de mp3.

Till Brönner - That Summer (2004)

OK, 2 estilos passados, outro se segue. No seu álbum de 2004, Brönner apostou na sua faceta crooner; pegou em standards jazz e em composições próprias e criou That Summer. Confesso que apesar de haver quem discorde comigo, este é o álbum que ouvi de Till do qual menos gostei. Como disse acima, não considero que seja um vocalista capaz de "encher" um álbum com a sua voz. Digam o que quiserem sobre Michael Bublé ou Harry Connick Jr., mas comparar a voz de Till com estes é comparar um Clio a um Série 6.

E o álbum acima de tudo aposta na voz de Brönner; confesso que a meio do álbum dou por mim a pensar: "já tou farto deste gajo". Mesmo que o acompanhamento esteja au point e as intervenções do trompete de Brönner sejam certeiras, acho que há claramente exagero em entregar a alma do álbum à voz dele. Não que o álbum seja mau de todo: agradará a fãs de jazz pop, mas quem conhece outros vocalistas jazz sabe que há melhor.

Till Brönner - Oceana (2006)

Ao fazer Oceana, Till pareceu concordar comigo em relação à insuficiência da sua voz para assegurar um álbum "cheio". Aqui convida alguns amigos, e que amigos: Madeleine Peyroux (das minhas vocalistas jazz favoritas da actualidade), a brasileira Luciana Souza e a modelo-cantora Carla Bruni. Há ainda assim algumas incursões pela voz de Till. Mas, lá está: quando não são em demasia não cansam, acabamos mesmo por simpatizar pela monotonalidade do alemão.

Till brilha sempre nos instrumentais (a faixa de abertura, "Bumpin'", de Wes Montgomery, é fabulosa) e as colaborações são realmente muito boas: Carla Bruni está fantástica, Madeleine Peyroux faz sonhar (como sempre) e Luciana Souza, que eu não conheço, parece ser um dos bons nomes do jazz e bossa brasileira. É, no entanto e para mim, a que menos brilha.

No cômputo geral devo dizer que achei um dos meus novos favoritos. Lembrem-se: Till tem apenas 36 anos, e o potencial para se instalar como um dos maiores da sua geração. Descubram-no; e mesmo que não gostem de jazz ouçam Blue Eyed Soul, que agrada a gregos e troianos...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ouvi e gostei...Bom bitaite este....

Anónimo disse...

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